Promotores entram no caso Detran

19 Nov 2007
Designados pelo procurador-geral de Justiça, Mauro Renner, para acompanhar os atos da comissão de sindicância instaurada pela Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos relativos às fraudes no Detran-RS, levantadas pela Operação Rodin da Polícia Federal, os promotores de Justiça Ivan Melgaré, Karin Sohne Genz e Luís Alberto Bortolacci Geyer reúnem-se na manhã de hoje. Os três acertarão detalhes de sua participação na comissão da secretaria que investiga os fatos internamente.Ontem, o superintendente da Polícia Federal no RS, delegado Ildo Gasparetto, não descartou a intimação de novas pessoas para depor sobre as fraudes. A Operação Rodin apura crimes praticados na relação de contratos sem licitação entre o Detran-RS, a Fundação de Apoio, Ciência e Tecnologia (Fatec) e sua sucessora, a Fundação para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae), ambas ligadas à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Gasparetto nada revelou sobre as áreas de vinculação dos prováveis intimados.O superintendente salientou também que a Polícia Federal não vê, até o momento, a necessidade de novas detenções. ´Isso só acontecerá se houver a negativa de comparecimento dos chamados a depor ou outro problema´, disse ele. Lacônico na ampliação das informações, Gasparetto evitou estabelecer prazos para o final do inquérito. ´Estamos trabalhando e nesta semana vamos examinar o andamento das coisas´, enfatizou. Os desvios resultantes de contratos superfaturados de serviços, firmados entre o Detran-RS, fundações ligadas à UFSM e empresas terceirizadas para a elaboração dos exames de avaliação teórica e prática de habilitação de motoristas, acumulam R$ 40 milhões desde 2002, de acordo com as estimativas da Polícia Federal. Gasparetto segue negando a possibilidade de que suspeitos com foro privilegiado, como deputados estaduais ou federais, tenham envolvimento na fraude do Detran. No entanto, ele afirmou que, caso isso venha a ocorrer, o inquérito deverá seguir para o Tribunal de Justiça do RS, para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou para o Supremo Tribunal Federal. (STF). Quanto às alegações de inocência dos suspeitos, a PF considera a atitude normal, mas diz possuir provas ´irrefutáveis´ contra todos os indiciados.