O governo decidiu que só vai enviar ao Congresso a proposta de reforma tributária depois do resultado da votação sobre a prorrogação da CPMF. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O envio da reforma tributária até o dia 30 deste mês era um compromisso do presidente Lula com os senadores, quando esses fecharam um acordo da votação da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. ´A proposta fica na gaveta´, disse o ministro. Segundo ele, a base aliada teria concordado com a postergação. A oposição, que votaria a CPMF na expectativa da reforma tributária, reagiu. ´Nós esperamos que aqueles que pensavam em votar a CPMF com essa justificativa repensem o seu voto´, disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). ´Eu nunca vi um compromisso firmado pelo presidente ter sido desfeito tão rápido´, afirmou o líder do Dem no Senado, José Agripino Maia (RN). ´Com a CPMF, a reforma tributária é uma. Sem a CPMF, a reforma tem de ser outra´, disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), ao justificar a mudança de estratégia.