Discussões do CDS

28 Nov 2007

O segundo dia da reunião do Conselho de Delegados Sindicais, que se realiza em Brasília, foi de discussões acaloradas em torno das análises do rumo da campanha salarial. Um dos grupos a se manifestar – alinhado com a diretoria nacional – questionou a ansiedade dos colegas de diversas Delegacias Sindicais que têm criticado as negociações nas suas assembléias locais. Para este grupo de colegas, a ansiedade e as críticas atrapalham. Eles pedem paciência e unidade em torno das negociações, sugerindo que os Delegado Sindicais deveriam controlar suas bases.. A unidade sempre foi e será um ponto indiscutível para a categoria, formada por colegas que agem e dialogam no sentido da conquista do melhor para a carreira. O afastamento da crítica construtiva, porém, é encarado  como sendo antidemocrático já que o livre pensar é um dos pontos altos do sindicalismo moderno e não pode ser substituído pelo pensamento único. Com relação às negociações, os Delegados Sindicais lembraram que a agenda do governo está direcionada para o Propessoas e para a LOF, enquanto a temática da categoria está vinculada à campanha salarial e à solução de inúmeras questões de relevância sobre este assunto. Muitos dos Delegados Sindicais deixaram transparecer que paciência tem limite e que a sensação geral é a de estarmos sendo enrolados. O pedido de unidade foi simbolizado pela figura de que "estamos todos no mesmo barco, então devemos tomar atitudes harmônicas".  Se o  barco, porém, parece estar indo para um caminho perigoso, com ruídos de uma queda da água próxima, não podem os marinheiros simplesmente continuar remando e sendo pacientes. É preciso que se procurem novos rumos imediatamente.

Quanto à CPMF, surgiu a informação de que o governo está anunciando que não aprovará mais nada de reajustes aos servidores enquanto não for aprovada a contribuição no Senado. E o pior, esta posição serviria inclusive para que os servidores saissem a público defendendo a prorrogação da CPMF. A esse respeito, o presidente do Unafisco Sindical, Pedro de La Rue, em artigo publicado no jornal O Globo, desta semana, afirmou que “O ideal seria que a CPMF fosse prorrogada nos moldes atuais até final de 2008, assumindo o governo, em contrapartida, o compromisso de realizar a partir do próximo ano uma profunda e séria discussão sobre o sistema tributário.” O presidente da DS/Porto Alegre, Roberto Jorge da Silva, afirma que o que sempre caracterizou o Unafisco foi a busca por Justiça Fiscal e a progressividade da tributação, reflexo do princípio da capacidade contributiva. “A utilização da contribuição para fins fiscalizatórios pode ser feita com alíquotas simbólicas”, salienta Roberto. A reunião do CDS prossegue nesta quarta e quinta-feira.