Tributação é um grande atrativo
Gazeta Mercantil Amarilis BertachiniPagar menos impostos é um dos principais atrativos que os planos de previdência privada oferecem em comparação a outros fundos de investimento. Para estimular essa espécie de poupança de longo prazo o governo concede a esses fundos uma tributação diferenciada. Ao optar por um fundo de previdência, seja o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), o investidor deve escolher entre a tabela de tributação regressiva do IR ou a tributação progressiva, que prevê uma alíquota única de 15%. Se optar pela tabela de tributação regressiva e permanecer em qualquer dos dois planos por mais de dez anos, a alíquota do IR cairá, gradativamente, de 35% para 10%, enquanto nos fundos de renda fixa essa redução é menor, de 22,5% para 15% ao longo do mesmo período. Além disso, em vez de pagar o IR semestral, como num fundo de renda fixa, o imposto sobre a previdência privada só será pago quando for efetuado o resgate da aplicação. "Aquele dinheiro que iria para o Leão fica rendendo para o investidor", explica William Eid, consultor financeiro e coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Quem faz a declaração completa do IR e optar pelo PGBL pode ainda abater até 12% da renda bruta anual tributável. Fator fundamental Com essas vantagens fiscais, uma aplicação feita em um PGBL por dez anos pode, ao final desse período, superar em 30% o valor líquido acumulado num fundo de investimento em igual período, segundo especialistas do mercado financeiro. O tempo da aplicação no fundo de previdência privada é fator fundamental para o aproveitamento dos incentivos fiscais. Segundo Edson Franco, presidente da Real Tokio Marine Vida e Previdência, se o investidor não tem certeza de que poderá deixar o dinheiro aplicado a longo prazo e teme talvez ter de fazer um saque em até cinco anos, é melhor escolher a tabela de tributação progressiva ou fazer dois planos, cada um optando por um tipo de tabela, para ter flexibilidade para o resgate. Mas ele aconselha aos interessados que não apliquem em fundos de previdência se sabem que precisarão do dinheiro em um período inferior a dois anos. "Se o cliente está pensando a longo prazo, na aposentadoria, o melhor caminho é buscar um plano de previdência complementar porque tem a tabela regressiva que dá alguns privilégios com ganhos ao longo do tempo. Mas se ele tem objetivos de curto ou médio prazo é melhor a opção de um fundo de investimento. São universos diferentes", afirma Marco Antonio Rossi, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência e vice-presidente da Federação Nacional de Vida e Previdência (Fenaprevi). Segundo William Eid, o investidor tem de avaliar todas as variáveis e fazer contas para ver qual opção lhe dará as maiores vantagens fiscais. Além disso, diz ele, é preciso se informar bem sobre os mecanismos de cobrança das taxas de administração, de carregamento - que é a comissão do corretor - e de saída e procurar os fundos de previdência que ofereçam as taxas mais baixas ou até a isenção em alguns casos.