Lula entende que Auditores-Fiscais devem ganhar mais

30 Nov 2007
Uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista publicada no último domingo (25/11) pelo O Globo Online, respalda toda a argumentação dos Auditores-Fiscais de que a valorização da Classe passa, irremediavelmente, por uma remuneração à altura das atribuições e prerrogativas da carreira. Ao ser questionado pelo jornal sobre a relação entre o tamanho do Estado brasileiro e a qualidade do serviço prestado à população, o presidente foi taxativo ao afirmar que existe atualmente no país um percentual elevado de servidores públicos mal remunerados e desmotivados. Fazendo referência direta aos Auditores-Fiscais, Lula argumentou, logo em seguida, que tal fato está provocando uma verdadeira migração do serviço público para o privado. “Nas categorias de Estado, na Receita Federal, na Advocacia-Geral da União, você tem um problema de preencher [vagas], porque as pessoas são contratadas para a iniciativa privada ganhando muito mais”, destacou Lula. A declaração do presidente vem ao encontro de todos os princípios de valorização da Classe e reforçam ainda mais as reivindicações dos Auditores-Fiscais na Campanha Salarial em curso. Os interlocutores do Governo nas negociações com as carreiras do Fisco, cientes das declarações do presidente da República, têm, a partir de agora, mais uma forte razão para definir uma proposta salarial que situe os Auditores-Fiscais onde eles sempre deveriam figurar: no topo das carreiras do Poder Executivo. O presidente Lula pensa como nós: os Auditores-Fiscais devem ser valorizados.Veja abaixo, íntegra da pergunta e da resposta publicada no O Globo Online:O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, disse que o Estado brasileiro é raquítico. É uma opinião parecida com a sua. O senhor acha que o Estado ainda tem muito o que crescer dentro dessa lógica de prestar um serviço melhor?O Estado brasileiro vai crescendo na medida em que o país vai necessitando de um Estado que precise crescer mais. Eu acho que a tese do Márcio Pochmann é correta. Ou seja, se comparar o número de funcionários públicos com a população brasileira, você percebe que o Brasil é um dos países que tem menos. O problema é que a gente tem uma parcela de funcionários mal remunerados e, portanto, muita gente desmotivada. Isso vale para qualquer um: vale para o setor público e vale para vocês. No dia em que vocês acharem um emprego melhor, que pague mais, vocês vão chegar para a empresa em que vocês trabalham e vão dizer: "eu amo vocês, eu adoro vocês, eu devo muito da minha vida a vocês, obrigado, mas eu vou cuidar da minha vida". Então, nas categorias de Estado, na Receita Federal, na Advocacia-Geral da União, você tem um problema de preencher, porque as pessoas são contratadas para a iniciativa privada ganhando muito mais.