Oposição que votar CPMF nesta quinta; governo foge

05 Dez 2007
CPMF: Marco Maciel agora pisa no acelerador; Romero Jucá pressiona o freioReunidos na noite passada, Marco Maciel e José Agripino Maia acertam os detalhes da sessão que a comissão de Justiça do Senado realiza nesta quarta-feira (5). Na pauta, a análise das emendas apresentadas à proposta da CPMF. Decidiu-se que Maciel, presidente da comissão, fará o que estiver ao seu alcance para acelerar a tramitação. Em combinação com o PSDB, o DEM deseja submeter a teste a disposição do governo de realizar, já nesta quinta-feira (6), no plenário do Senado, o primeiro turno da votação da proposta que estica até 2011 a vigência do imposto do cheque. Ainda sem os 49 votos de que necessita para prevalecer sobre a oposição, o governo agora quer protelar a votação para a semana que vem.A CPMF retornou à comissão de Justiça graças às emendas que foram enganchadas na proposta. Cabe a Romero Jucá, líder de Lula no Senado, relatá-las. No início da semana, o senador dera a entender que as rejeitaria e apressaria o passo, de modo a permitir que a votação em plenário ocorresse nesta quinta.A oposição cogitara opor obstáculos à pressa de Jucá. Nesta terça, porém, em contato com Sérgio Guerra, presidente do PSDB, Agripino Maia ponderou que o melhor é acelerar. O tempo, na opinião de Agripino, conspira a favor do governo, que manuseia mundos e, sobretudo, fundos, para virar os votos de dissidentes que engordam a contabilidade da oposição.Nesta terça, Expedito Júnior (PR-RO), um dos dissidentes que o Planalto tenta cooptar, procurou os aliados oposicionistas. Contou que, em contato com o governador de seu Estado, Ivo Cassol (licenciado do PPS), Lula prometera atender a todas as reivindicações de Rondônia. Em troca, quer o voto de Expedito. Premido, o senador pediu pressa, único modo de livrar-se da pressão. Curiosamente, o próprio Cassol dissera a líderes do DEM e do PSDB, na véspera, que ignoraria as pressões do governo.Além de Expedito, César Borges (PR-BA), outro dissidente submetido ao assédio do Planalto, também pediu pressa à oposição. Sentindo o cheiro de queimado, o DEM concluiu que é hora de medir forças no plenário. Reunida na hora do almoço, a bancada do PSDB optou por aderir à pressa do aliado. O problema é que, enquanto não dispuser da certeza de que alcançou os três quintos (49 votos), o governo tem todas as condições de adiar o confronto do plenário. De saída, pode negar quorum para a deliberação. Confirmando-se a fuga, ficará exposta a fragilidade numérica do governo. Mas o Planalto disporá de mais tempo para virar a cabeça dos recalcitrantes.