Um acordo firmado entre os líderes partidários transferiu para a próxima terça-feira a votação da proposta de emenda à Constituição que prorroga até 2011 a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), fez um apelo para que a votação da matéria (PEC 89/07) não ocorresse ontem, em virtude de não estarem em Plenário todos os 81 senadores – naquele momento havia em torno de 70.Senadores da oposição concordaram em votar a PEC na data proposta por Jucá. Alvaro Dias (PSDB-PR), falando em nome de seu partido, cobrou uma explicação pela ausência de senadores da base governista em Plenário e manifestou seu "temor de que o Executivo utilize o fim de semana para fechar acordos espúrios" na tentativa de obter os votos que faltam para a aprovação da CPMF. O líder do Democratas, José Agripino (RN), considerou também que a decisão do governo de não votar ontem a matéria teria sido motivada pelo fato de saber que "ainda não tinha garantidos os 49 votos necessários para a vitória em Plenário".– O governo tem interesse em votar este ano a matéria. Porém, o governo é que tem de arranjar os votos e não os arranjou. Espero que este fim de semana não seja negro – afirmou Agripino. O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), assinalou que a PEC pode ser aprovada até o dia 14 sem que haja problemas para sua promulgação ainda este ano.– Há condições de se cumprir, no prazo do exercício legislativo, a votação da CPMF – frisou.Viana observou, no entanto, que "o governo trabalha contra o tempo, e o tempo demorado é favorável à oposição, neste momento".