Auditores-Fiscais não vão aceitar protelação
Campanha salarial O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou ontem (03/01) que os acordos salariais que estiverem em negociação serão suspensos até que seja definido o novo Orçamento. Conforme alertamos ao Governo, no dia 20 de dezembro, data da última reunião de negociação, os Auditores-Fiscais não pretendem ver perpetuada uma mesa de negociação que não tenha por objetivo fazer avançar o processo negocial. Na reunião com o secretário da Receita Federal do Brasil, Jorge Rachid, ocorrida no dia 21 de dezembro, essa posição foi reafirmada e ficou acertado que seriam buscados os avanços necessários à continuidade da negociação. De fato, nada justifica que no dia 15 de janeiro, data da próxima reunião de negociação, não haja um avanço concreto e o fechamento de uma proposta por parte do Governo, já que a correspondente previsão orçamentária deverá constar da nova peça a ser analisada pelo Congresso em fevereiro. O Unafisco adianta que não aceitará mais a repetição dos argumentos que a área econômica utilizou até agora para justificar a ausência de proposta de reajuste, até porque a resposta para a perda da CPMF será buscada dentro da própria Receita Federal do Brasil. Não obstante o bem elaborado marketing de algumas categorias de servidores, o Governo tem perfeita compreensão de com quem terá que contar para ser vitorioso em mais um esforço de arrecadação adicional, dessa vez da ordem de dez bilhões de reais. Os Auditores estão preparados para fazer sua parte. O aumento da arrecadação, que mês a mês bate recordes, por si só demonstra que o governo pode contar com a Receita Federal e com os Auditores-Fiscais. Mas será necessário reconhecimento e valorização. Reconhecimento da nossa importância para o Estado, traduzido em valorização que nos recoloque no topo da remuneração do Poder Executivo Federal. Vincular esse reconhecimento e essa valorização à discussão para saber quem vai pagar a conta pela perda da CPMF não condiz com o aumento sempre crescente das nossas responsabilidades. Ao fazer essa vinculação, o Governo parece pretender obter vantagens orçamentárias superiores às que teria se a CPMF tivesse sido mantida, à custa, mais uma vez, do sacrifício dos servidores. A DEN (Diretoria Executiva Nacional) avalia que é fundamental que o Governo se empenhe e apresente uma proposta satisfatória no dia 15 de janeiro. Caso essa proposta não se concretize, não restará alternativa que não a de exigir esse reconhecimento por outros meios.