Autoridades federais defendem educação e combate a sonegação para prevenir corrupção

09 Jan 2008
Autoridades federais defendem educação e combate a sonegação para prevenir corrupção Lourenço Canuto Repórter da Agência Brasil Brasília - O combate à sonegação é um dos principais responsáveis pelo sucesso no combate à corrupção, afirmaram hoje (10) várias autoridades do governo federal em solenidade de comemoração ao Dia Internacional contra a Corrupção na sede da Procuradoria-Geral da República em Brasília. A adoção de medidas educativas também foi apontada como medida para erradicar o problema.O secretário da Receita Federal do Brasil (RFB), Jorge Rachid afirmou que a corrupção afeta principalmente quem paga impostos. Ele, no entanto, disse os 32 mil servidores da RFB estão preparados para combater a sonegação. Segundo ele, no entanto, existe uma mudança de mentalidade no país. "O Brasil está mudando e isso é importante porque os investidores precisam encontrar no país um campo seguro para aplicar seu dinheiro", destacou.O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é um tributo anticorrupção porque, por meio dela, pode se flagrar a lavagem de dinheiro e qualquer acúmulo suspeito de recursos. Segundo ele, esse é um dos motivos que justificam a manutenção do tributo até 2011.Segundo Genro, a qualificação dos policiais também é fator primordial no combate à corrupção. Ele lembrou que o Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci) prevê a capacitação dos agentes de segurança dentro dessa política. O ministro afirmou ainda que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, órgãos subordinados ao Ministério da Justiça, aprofundarão o trabalho para reprimir a corrupção.A conscientização em torno da responsabilidade na administração pública também foi uma das reivindicações apresentadas na solenidade. O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage defendeu a realização de cursos para ensinar aos jovens os males provocados pela corrupção. “Durante séculos, se fez vista grossa para a corrupção no Brasil, mas isso está acabando graças não só ao trabalho do governo como também da própria sociedade", destacou.Hage destacou uma série de realizações da CGU na área. Nos últimos cinco anos, segundo ele, foram presas mais de 5,5 mil pessoas por acusações de corrupção, das quais 1,5 mil eram agentes públicos que foram demitidos. Ele destacou ainda a criação do Portal da Transparência, que, para Hage, é uma das iniciativas que demonstram o interesse do governo em prestar informações à sociedade sobre a execução do orçamento federal.O advogado-geral da União, José Antônio Toffoli, defendeu a integração da União, dos estados e dos municípios no combate à corrupção. Ele também sugeriu que a Justiça, além de prender, deveria fazer os condenados por corrupção a devolver o dinheiro apropriado dos cofres públicos. “Deve ser abolida a cultura do perdão, de passar a mão na cabeça do culpado, fazendo com que o cidadão se comporte como cidadão", salientou.Para o conselheiro Ubiratan Aguiar, do Tribunal de Contas da União (TCU), a corrupção deve ser combatida com base em dois eixos: o educativo e a integração de trabalho de setores importantes do Poder Público, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Polícia Federal, a Receita Federal e o Ministério Público. “O patrão é um só: o Estado”, declarou.