Fiscais da Receita mantêm a greve

02 Abr 2008
Em Porto Alegre, manifestantes que estão parados há 15 dias promovem ato em frente à Superintendência Em greve há duas semanas, os auditores fiscais da Receita Federal promoveram ato ontem em frente ao prédio da Superintendência Regional, na avenida Loureiro da Silva, em Porto Alegre. Desde o começo da paralisação, que acontece em âmbito nacional, os prejuízos maiores estão concentrados nas áreas aduaneiras, com a retenção de caminhões. Sem avanços nas negociações com o governo federal, a greve segue por tempo indeterminado. Para cumprir a legislação, um mínimo de 30% do quadro mantém o atendimento no Rio Grande do Sul, afirmam as entidades representativas da categoria. ´Passados oito meses de negociação, não houve proposta concreta do governo. O que tem surgido representa retrocesso em relação às apresentadas anteriormente´, disse o vice-presidente do Unafisco/Delegacia Sindical de Porto Alegre, Fernando Magalhães. Eles reivindicam plano de carreira igual ao que foi concedido aos policiais federais e aos advogados da União e querem ganhar R$ 19,7 mil por mês. Atualmente, o salário inicial de um auditor é de R$ 10 mil e o salário médio da categoria é de R$ 13 mil. Magalhães avaliou que o fim da greve depende exclusivamente de uma proposta concreta do governo federal, que deverá ser apresentada ainda hoje. As autoridades econômicas, porém, vêm evitando conceder equiparação salarial a categorias distintas de servidores para evitar o chamado ´efeito cascata´. Para amanhã, a categoria planeja promover o ´dia nacional de entrega´, quando os auditores grevistas pretendem repassar a responsabilidade sobre os processos à administração da Receita. ´A administração terá que redistribuir as tarefas aos que continuam trabalhando ou colocar os processos na espera´, disse Magalhães.Depois da manifestação, os auditores fiscais da Receita se uniram aos auditores fiscais do Trabalho, que retomaram a greve na semana passada. O grupo realizou novo ato em frente à sede da Delegacia Regional do Trabalho, na avenida Mauá. ´Não temos estrutura para atender a população´, disse a vice-presidente da Associação Gaúcha dos Auditores Fiscais do Trabalho (Agitra), Geraldina Inez de Matos. Em algumas unidades do Interior, onde há apenas um auditor do Trabalho, a fiscalização não foi interrompida.