Olimpíada é um grande e caro negócio

22 Ago 2008
FONTE JORNAL DO COMÉRCIOOPINIÃOOlimpíada é um grande e caro negócio22/8/2008O Brasil deverá igualar, ganhar uma medalha a mais ou uma a menos, nos Jogos Olímpicos de Pequim. Domingo, a festa de encerramento, que deverá ser outro espetáculo inesquecível, com ou sem truques, playbacks e outras maquiagens. Faz parte do show, disseram os organizadores. A China gastou US$ 24 bilhões para a realização dos Jogos Olímpicos. Desde 2001, quando o país foi escolhido pelo Comitê Olímpico Internacional, COI, as obras começaram. Investimentos em transportes, saneamento, alojamentos, rodovias e muito mais, quase tudo fica em progresso para o país-sede. Mas Jogos Olímpicos são um grande, custoso e, nem sempre, lucrativo negócio. Criticada pela falta de democracia em seu regime híbrido, governo comunista com uma economia de mercado e altamente falsificadora de produtos estrangeiros, a China ergueu-se à potência mundial. Exporta para o mundo suas quinquilharias e, hoje, sequer a superpotência chamada Estados Unidos da América consegue viver sem o que é made in China. Em Pequim, onde visitou o presidente Hu Jintao e conversou com outros líderes vendendo a idéia de que a Olimpíada de 2016 seja no Rio, o presidente Lula foi duro, ao dizer que os Jogos não podem se exclusividade dos países ricos. Ora, como são um grande negócio, divulgam a cidade-sede e o país organizador, os Jogos Olímpicos são disputadíssimos e rola jogo de influência, onde o vencedor tem de ser mais rápido que Usain Bolt, o velocista dos 100 metros rasos. O Rio de Janeiro, em 2007, com os Jogos Pan-americanos, provou que tem condições de realizar um grande evento. Faltam obras, como a ampliação e a modernização do Aeroporto Tom Jobim, o velho Galeão. Também em São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Recife e Manaus devem ser feitas obras em aeroportos. Outro fator importantíssimo para que se lute para sediar os Jogos Olímpicos é a atração maciça de turistas - a China recebeu 400 mil - e a colocação da cidade como um destino que ficará por décadas, como aconteceu com Barcelona. Sobre segurança, o presidente Lula lembrou da Espanha, que tem grupo terrorista, como o Reino Unido tem o IRA, para citar dois exemplos ocidentais e cristãos. Provamos, com o Pan-americano, que o Brasil, quando se organiza, leva a sério e gasta, pode fazer algo tão bom quanto um país rico. Os Jogos da Era Moderna foram restabelecidos em 1896. Acesa para iluminar os Jogos, a tocha é tradição desde a Era Antiga, sendo resgatada na Olimpíada de Berlim, em 1936, em plena época de Adolf Hitler. Os Jogos foram criados em Olímpia, em 776 antes de Cristo. Olímpia localiza-se a três horas e meia via terrestre de Atenas. Hoje, restam partes dos templos e do estádio, sendo Patrimônio da Humanidade, um dos pontos turísticos mais visitados da Grécia. Em 884 a.C., o rei de Elis, Iphitos, estava saturado com a guerra entre Atenas, uma cidade-estado intelectual, e Esparta, aguerrida. Pediu então os conselhos dos oráculos de Delfos, onde os sacerdotes estabeleciam contatos entre os mortais e os deuses. Recebeu a mensagem para realizar, em Olímpia, os jogos da paz. Começava o grande evento. Corrida, salto e arremesso de peso, disco e dardo eram as competições. Mas, os Jogos da Era Antiga, sempre em Olímpia, acabaram sendo proibidos em 394 d.C. pelo imperador cristão Theodósio II, que os considerou um ritual pagão. Queimou a cidade e, depois, terremotos completaram a destruição, sendo redescoberta em 1829 e aberta ao mundo em 1875. A estátua de Zeus, uma das sete maravilhas do mundo antigo, foi encontrada. Renasciam o mito, a história e os jogos.http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoArea=32