Obama contra McCain é eleição ainda em aberto.Hillary Clinton demonstrou seu apoio ao antigo rival e atual candidato democrata Barack Obama. Foi um discurso enérgico para dissipar as dúvidas de grande parte de seus partidários, que resistem a votar ...
FONTE JORNAL DO COMÉRCIO28082008Obama contra McCain é eleição ainda em aberto28/8/2008"De jeito nenhum, McCain não. Barack Obama é o meu candidato. E ele precisa ser nosso presidente". Assim a senadora Hillary Clinton demonstrou seu apoio ao antigo rival e atual candidato democrata Barack Obama. Foi um discurso enérgico para dissipar as dúvidas de grande parte de seus partidários, que resistem a votar em Obama. "Não importa se você votou em mim ou em Barack, agora é a hora de se unir como um único partido. Nós estamos no mesmo time", acrescentou Hillary. O senador negro Barack Obama está há vários meses em campanha. Primeiro, teve de suplantar o carisma de Hillary e Bill Clinton. Os eleitores, optantes, sempre é bom lembrar, estadunidenses irão às urnas em novembro preocupados. A economia e as finanças dos Estados Unidos da América do Norte estão em queda livre desde 2007. Crise das hipotecas imobiliárias, agora crise nos cartões de crédito, bancos e fundos de pensão quebrando, o medo é geral, a inflação pegou os norte-americanos. Desde o fatídico 11 de setembro de 2001, o gigante do norte perdeu o rumo. Não a população, mas o presidente George Bush. A invasão do Iraque provou o que o resto do mundo sabia, era uma aventura e a queda de Saddam Hussein não daria mais segurança aos Estados Unidos. O império americano, dizem alguns, está terminando antes do que o esperado. Talvez, mas ainda é um império, porém vê a Rússia colocar as mangas de fora, após quase 20 anos de declínio, com o fim da URSS. Todos os problemas se somaram para que um jovem negro aspirasse à Casa Branca com chance de vencer. Se dependesse do resto do mundo, ele estaria eleito há meses. O Partido Democrata fez de tudo para chegar a essa quinta-feira à noite unido. A mulher de Obama, Michelle, discursou; Edward Kennedy, o último da dinastia ainda vivo, embora com problemas de saúde, apoiou. Hillary Rodham Clinton manifestou um apoio crucial ao homem que acabou com os seus sonhos presidenciais. Obama, senador por Illinois, tem tudo para ser o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. O problema é o desencanto e o medo do novo. John McCain é veterano de guerra, branco, cristão e anglo-saxão. Isso pesa demais no inconsciente coletivo da superpotência. Obama é a mudança, o novo, e MacCain é o tradicional, o conservador. No entanto, não dá para se enganar, o presidente que ocupa a Casa Branca é a face visível do stablishment, das indústrias e do comércio. Cabe a ele bradar o tacape da força cultural, política, econômica e, se for o caso e preciso, militar dos Estados Unidos. A favor de Obama o cansaço com a economia, a crise no crédito imobiliário, o desemprego e os altos preços da gasolina. Uma Casa Branca ocupada por McCain será uma receita para mais do mesmo, disseram os democratas. A classe média está magoada com a perda do poder aquisitivo. A habilidade da senadora Hillary Clinton em discursar para seus partidários e convencê-los a apoiar Obama pode ter significado a diferença entre a vitória ou a derrota para o Partido Democrata em 2008. Obama foi nomeado candidato oficial do partido ontem à noite, quando discursou aceitando a nomeação da candidatura. Hillary Clinton disse aos seus 18 milhões de partidários que apóia Obama. Se vai transferir os votos, ninguém pode garantir, lá, como aqui no Brasil. O problema é que uma pesquisa indicou que 30% dos partidários de Hillary têm a intenção de votar em McCain nas eleições presidenciais de novembro. O eleitor é volúvel, tanto lá como aqui. Obama pode ser o futuro, mas McCain é a garantia do mais do mesmo conservadorismo. Como os EUA gostam.http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoArea=32