Diretor-executivo da PF é acusado de corrupção.Menezes ocupava o segundo cargo mais importante na hierarquia da PF atrás somente do diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa.

17 Set 2008

Política 17/9/2008 A Polícia Federal prendeu ontem o diretor-executivo da instituição, Romero Menezes, por advocacia administrativa. Menezes ocupava o segundo cargo mais importante na hierarquia da PF atrás somente do diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa. De acordo com informações da PF, foi o próprio Corrêa quem deu voz de prisão a Menezes, por volta das 10h, em Brasília. Na hora, Menezes estava acompanhado do diretor de inteligência policial da PF, Daniel Lorenz. O lugar de Menezes deve ser ocupado temporariamente por Roberto Troncon, diretor de combate ao crime organizado da PF. O diretor-executivo da PF é acusado de praticar os crimes de advocacia administrativa, corrupção passiva privilegiada, tráfico de influência e formação de quadrilha. O crime de advocacia administrativa é caracterizado quando um servidor público usa de sua condição para obter vantagens em proveito próprio ou de terceiros. É um crime considerado leve, com pena prevista de um a três meses de detenção. O superintendente da Polícia Federal no Amapá, Anderson Rui de Oliveira, disse, em Brasília, que a prisão do diretor-executivo Romero Menezes foi necessária para que não houvesse prejuízos à investigação que corre em segredo de Justiça. A prisão temporária ocorreu porque, no cargo, ele poderia atrapalhar as investigações. "Existe investigação em segredo de Justiça no Amapá e no âmbito dela surgiram elementos que permitiram as medidas adotadas", acrescentou Oliveira. As investigações no Amapá, feitas em conjunto com a Procuradoria da República no estado, revelaram indícios de tráfico de influência entre o delegado Romero Menezes e funcionários do grupo EBX, ligado ao empresário Eike Batista. O empresário já é investigado na Operação Toque de Midas, realizada em julho deste ano, para combater fraudes em processo licitatório de concessão de uma estrada de ferro no Amapá. Entre as justificativas da prisão está o fato de que Menezes teria facilitado, após contatos de pessoas do grupo EBX, fraude em inscrição para curso de segurança portuária e o credenciamento para instrutor de tiro, sem análise de requisitos legais. O diretor de combate ao crime organizado da PF, Roberto Troncon Filho, negou que o motivo da prisão fosse o vazamento de informações em favor do grupo EBX. "É uma linha de investigação que será aprofundada, mas posso garantir que essa prisão não teve como fundamento vazamento de informação", defendeu Troncon. A PF cumpriu mais dois mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão no Amapá, Pará e no Distrito Federal. http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoNoticia=10018&pCodigoArea=35