Lula, Satiagraha e a Real Politik .Atenção, um novo capítulo se abre para o caso Satiagraha.E: Diretor-executivo da PF é acusado de corrupção.Menezes ocupava o segundo cargo mais importante na hierarquia da PF atrás somente do diretor-geral, Luiz Fernando

17 Set 2008

O acordo foi montado da seguinte maneira: 1. É impossível interferir nos trabalhos em andamento do Ministério Público Federal e do juiz De Sanctis. A ofensiva de Gilmar Mendes foi um tiro no pé. 2. A estratégia acertada consistirá em tentar anular o inquérito de Protógenes, no âmbito da Polícia Federal. A versão preparada é que o inquérito continha irregularidades que precisariam ser sanadas. E a Polícia Federal colocou seus homens de ouro para “salvar” o inquérito. O trabalho dos “homens de ouro, na verdade, será o de garantir a anulação do inquérito. 3. Ao mesmo tempo, o governo aproveitará o factóide dos 52 funcionários da ABIN que participaram da operação - uma ação de colaboração já prevista pelo Sistema Brasileiro de Inteligência - para consumar a degola de Paulo Lacerda. A matéria do Estadão de domingo, o da "demissão em off" estava correta. Sabe-se, internamente no governo, que a operação foi normal. Assim como se tem plena convicção de que o tal “grampo” entre Gilmar Mendes e Demóstenes Torres foi uma armação. Mas Lula se curvou à real politik. 4. De sua parte, jornais e jornalistas mais envolvidos com o jogo estão reforçando essa versão do “inquérito ilegal” e do messianismo do delegado Protógenes. A armação, agora, terá o reforço da concordância tácita do Palácio. 5. O pacto foi referendado pela Ministra-Chefe da Casa Civil Dilma Rousseff. O Ministro Tarso Genro foi o que se mostrou mais constrangido com a operação, mas acabou se curvando à força dos fatos. Com essa operação, Lula e Dilma passam a ser aceitos no grande salão nobre, pavimentando a candidatura da Ministra para as próximas eleições. 6. O seu principal adversário, José Serra, já é outro aliado que entrou à reboque da Editora Abril. Está pagando um preço caro, com a descaracterização do seu discurso político. 7. A bola, agora, está com o Ministério Público e o Juiz De Sanctis, que terão que trabalhar com essa nova peça do jogo: a intenção de se anular o inquérito. Não sei por que, mas o evento da Abril me lembrou aquela cena épica de Francis Ford Copolla, o fecho do filme. Enquanto todos estão na grande ópera, os inimigos são fuzilados na calada da noite. Na grande festa foram selados os destinos do delegado Protógenes e Paulo Lacerda, dois funcionários públicos cumpridores da lei. Anotem os nomes deles e os repassem para seus filhos e netos: foram dois brasileiros dignos, sacrificados por um jogo sujo. É o fim da grande batalha pela instituição da legalidade no país? Longe disso. É apenas um novo capítulo. Tanto assim, que integrantes próximos ao jogo estão completamente incomodados, assim como vários colegas jornalistas, que entenderam que esse jogo de cena foi longe demais e está comprometendo a imagem da categoria como um todo. Com tanta testemunha, tanto conflito de consciência, julgam ser possível varrer o elefante para debaixo do tapete? É muita falta de fé no estágio atual de desenvolvimento do país. enviada por Luis Nassif http://www.projetobr.com.br/web/blog/5

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Matéria associada: http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoNoticia=10018&pCodigoArea=35

  Diretor-executivo da PF é acusado de corrupção.Menezes ocupava o segundo cargo mais importante na hierarquia da PF atrás somente do diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa.  17/9/2008 A Polícia Federal prendeu ontem o diretor-executivo da instituição, Romero Menezes, por advocacia administrativa. Menezes ocupava o segundo cargo mais importante na hierarquia da PF atrás somente do diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa. De acordo com informações da PF, foi o próprio Corrêa quem deu voz de prisão a Menezes, por volta das 10h, em Brasília. Na hora, Menezes estava acompanhado do diretor de inteligência policial da PF, Daniel Lorenz. O lugar de Menezes deve ser ocupado temporariamente por Roberto Troncon, diretor de combate ao crime organizado da PF. O diretor-executivo da PF é acusado de praticar os crimes de advocacia administrativa, corrupção passiva privilegiada, tráfico de influência e formação de quadrilha. O crime de advocacia administrativa é caracterizado quando um servidor público usa de sua condição para obter vantagens em proveito próprio ou de terceiros. É um crime considerado leve, com pena prevista de um a três meses de detenção. O superintendente da Polícia Federal no Amapá, Anderson Rui de Oliveira, disse, em Brasília, que a prisão do diretor-executivo Romero Menezes foi necessária para que não houvesse prejuízos à investigação que corre em segredo de Justiça. A prisão temporária ocorreu porque, no cargo, ele poderia atrapalhar as investigações. "Existe investigação em segredo de Justiça no Amapá e no âmbito dela surgiram elementos que permitiram as medidas adotadas", acrescentou Oliveira. As investigações no Amapá, feitas em conjunto com a Procuradoria da República no estado, revelaram indícios de tráfico de influência entre o delegado Romero Menezes e funcionários do grupo EBX, ligado ao empresário Eike Batista. O empresário já é investigado na Operação Toque de Midas, realizada em julho deste ano, para combater fraudes em processo licitatório de concessão de uma estrada de ferro no Amapá. Entre as justificativas da prisão está o fato de que Menezes teria facilitado, após contatos de pessoas do grupo EBX, fraude em inscrição para curso de segurança portuária e o credenciamento para instrutor de tiro, sem análise de requisitos legais. O diretor de combate ao crime organizado da PF, Roberto Troncon Filho, negou que o motivo da prisão fosse o vazamento de informações em favor do grupo EBX. "É uma linha de investigação que será aprofundada, mas posso garantir que essa prisão não teve como fundamento vazamento de informação", defendeu Troncon. A PF cumpriu mais dois mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão no Amapá, Pará e no Distrito Federal. http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoNoticia=10018&pCodigoArea=35 NEWS LETTER JORNAL DO COMERCIO (RS)