Especial : diversas matérias sobre a Crise do Mercado Financeiro:Fed muda status de Goldman Sachs e Morgan Stanley.Bancos passarão a ser holdings para gerar liquidez e receber ajuda do governo norte-americano.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008, 06:39 | Online NOVA YORK - O Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou na noite deste domingo, 21, que aceitou a proposta de transformar o status de dois grandes bancos de investimentos americanos em holdings. A medida tem como objetivo ajudar o Morgan Stanley e o Goldman Sachs, os dois últimos bancos de investimentos independentes dos EUA, a superar a atual crise financeira. Veja também: http://www.estadao.com.br/economia/not_eco245948,0.htm ESPECIAL: Semana de caos no mercado financeiro Fed muda status de Goldman Sachs e Morgan Stanley Bolsas de Ásia fecham em alta; na Europa, ações caem Bancos estrangeiros poderão recorrer a plano dos EUA Câmara dos EUA pede solução responsável para crise Paulson pede pressa na aprovação de pacote Com a mudança de status, as instituições estão autorizadas a criar bancos comerciais, que poderão receber depósitos, contribuindo para levantar fundos, e receber a ajuda que será fornecida pelo pacote de resgate anunciado na sexta-feira pelo governo. Em nota, o Fed disse que a transformação dos dois bancos em holdings "proverá mais liquidez às empresas e permitirá que suas subsidiárias recebam créditos" prometidos nos pacotes. As ações do Morgan Stanley e o Goldman Sach ficaram sob grande pressão depois que o Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, pediu concordata há uma semana. A crise se agravou com a compra do Merrill Lynch pelo Bank of America, em uma operação de resgate, o que provocou a queda nas bolsas de todo o mundo. Na quarta-feira, o governo americano anunciou que também teve de socorrer a AIG, uma das maiores seguradoras do mundo, com uma injeção de US$ 85 bilhões. Ainda na semana passada, bancos centrais de diversos países realizaram uma ação coordenada que proveu US$ 200 bilhões de dólares aos mercados. Na sexta-feira, o governo americano anunciou um pacote de US$ 700 bilhões para combater a crise. O plano prevê a criação de um fundo para adquirir papéis podres originados pela crise hipotecária americana de instituições financeiras em todo o mundo, desde que elas tenham "presença significativa" nos Estados Unidos. As instituições poderão vender ou leiloar seus papéis podres para o fundo do Tesouro, que os venderá no futuro. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. http://www.estadao.com.br/economia/not_eco245948,0.htm ---------------------------------------------------- 22/09/2008 - 08h47 Alemanha se recusa a participar de plano de ajuda financeira dos EUA da Efe da Folha Online O governo da Alemanha rejeitou nesta segunda-feira a idéia de participar do plano de resgate financeiro que o governo dos EUA prepara para salvar as instituições financeiras americanas. "Para nós, existem diferenças em responsabilidades e efeitos", disse o porta-voz do governo alemão, Ulrich Wilhelm, após a reunião do conselho de ministros do país. Do ponto de vista do governo alemão, "não será necessária uma medida como a adotada nos EUA" para a Alemanha, disse Wilhelm. Fontes do Ministério de Finanças alemão destacaram que Washington não pediu aos europeus que tomem medidas. Entenda a crise financeira que atinge a economia dos EUA Desde o surgimento da crise financeira, a chanceler alemã, Angela Merkel, vem destacando suas advertências sobre a necessidade de submeter os mercados financeiros a um estreito controle, para evitar uma crise como a atual. Merkel insistiu em ressaltar que, já durante a presidência alemã do G8 (grupo dos sete países mais desenvolvidos e a Rússia) e a cúpula de chefes de Estado no balneário de Heiligendamm, em junho de 2007, advertiu sobre o perigo de uma grave crise se continuasse se permitindo as especulações financeiras nos mercados internacionais. Ontem, o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, disse que pedirá a colegas de outros países que elaborem planos para comprar os ativos podres das instituições financeiras em problemas que estiverem em situação de crise. "Vou pedir a nossos colegas de todo o mundo que concebam programas similares para seus bancos e entidades [financeiras] quando for oportuno", disse Paulson à rede de TV Fox. "Lembrem que vivemos em um sistema mundial." O governo norte-americano submeteu neste fim de semana à análise do Congresso um plano de resgate que inclui um pacote de até US$ 700 bilhões para comprar ativos podres dos bancos e reabilitar o sistema financeiro, que atravessa uma crise. Paulson não descartou a retomada de ativos em poder de uma filial norte-americana de uma firma financeira estrangeira. "Para os americanos, se uma instituição que faz negócios aqui está asfixiada e não pode desempenhar seu papel necessário, trata-se de uma distinção sem preocupação de saber se é [uma empresa] norte-americana ou pertencente a estrangeiros", disse. O texto do projeto, no entanto, define que a compra de títulos lastreados em hipotecas seria feita apenas de instituições financeiras com sede nos EUA. http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u447412.shtml ---------------------------------------------------------- Rússia injeta recursos extras no setor bancário REUTERS MOSCOU (13 bilhões de dólares) de recursos extras ao previsto no orçamento do país na forma de depósitos temporários de três meses em 22 bancos comerciais em um leilão na segunda-feira que teve uma taxa média de 8,81 por cento. O ministério das Finanças informou que a demanda do leilão foi plenamente satisfeita e a taxa de corte foi de 8,75 por cento. Um total de 600 bilhões de rublos estiveram em oferta durante o primeiro leilão com prazos ampliados de depósitos. O ministério também ampliou lista de bancos com acesso a recursos de fundo de emergência para 28, ante à lista inicial de três que compreendia os principais bancos do país, o Sberbank, o VTB e o Gazprombank. A liquidez do setor bancário diminuiu na semana passada, com ações de empresas do país registrando o pior declínio desde a crise financeira de 1998. Com isso, bancos pararam de emprestar uns aos outros diante do aumento das dívidas entre os participantes do mercado acionário. O governo russo fechou bolsas por dois dias, permitindo que os agentes do mercado organizassem suas dívidas, e prometeu injeção de liquidez em larga escala. O governo também aumentou os prazos dos depósitos para três meses ante ao período máximo de cinco semanas. Os principais índices de ações da Rússia abriram em alta na segunda-feira, mas rapidamente perderam os seus ganhos à medida que a queda de ações de peso do setor de energia, como a LUKOIL e a Gazprom, cortaram as asas do mercado. http://www.estadao.com.br/economia/not_eco246000,0.htm ----------------------------------------------------------- 22/09/2008 - 10h11 Países do G7 rejeitam complementar pacote de ajuda dos EUA Berlim, 22 set (EFE).- Os países-membros do Grupo dos Sete (G7, os países mais desenvolvidos) rejeitam complementar, com medidas similares, o pacote de ajuda americano para atenuar a crise financeira, anunciou hoje o ministro das Finanças alemão, Peer Steinbrück. Steinbrück fez essa afirmação, em Berlim, após realizar uma rodada de consultas por telefone com ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G7 (França, Reino Unido, Itália, Canadá, Japão, EUA e Alemanha). O ministro alemão disse que a situação nos outros países do G7 é diferente da que existe nos Estados Unidos, por isso, em nenhum lugar, se pensa em um programa similar ao de Washington, que deve custar ao contribuinte americano US$ 700 bilhões. Steinbrück disse, no entanto, que o pacote de ajuda do Governo dos Estados Unidos é uma contribuição importante para superar a crise dos mercados financeiros, e disse que este deve ser colocado em prática rapidamente. De maneira indireta, Steinbrück pediu que a Comissão Européia (órgão executivo da União Européia) mostre flexibilidade em seus controles, caso alguns bancos europeus atingidos pela crise tenham que receber ajudas estatais. http://economia.uol.com.br/ultnot/efe/2008/09/22/ult1767u129052.jhtm -------------------------------------------------------- 18/09/2008 O capitalismo avança A crise financeira atual é bem diferente das outras. Ela é muito mais global e muito mais rápida. Mas, ao contrário do canto das cassandras que até hoje choram o fim da história e a consolidação da economia de mercado como a mais capaz de organizar a produção de forma eficiente e progressista, ele não enfraquece o capitalismo. Pelo contrário, o fortalece. A prova maior dessa força é que são os Estados Unidos do liberal George W. Bush e de seu secretário do Tesouro, Henry Paulson, ex-executivo do Goldman Sachs, que conduzem intervenções estatizantes em ícones de Wall Street. A mensagem não é "a intervenção estatal é a solução", mas ´somos pragmáticos, não somos sectários, vamos intervir quando necessário". O que vivemos hoje é mais um capítulo das crises cíclicas do sistema capitalista, esta parida num caldo explosivo de crédito farto e barato, avanços extremos na engenharia financeira e na desregulamentação dos mercados e grandes reservas de capital de países asiáticos e petroleiros em busca de papéis para investir. Depois que o elo mais fraco dessa corrente financeira global (os empréstimos imobiliários de baixa qualidade nos EUA, chamados "subprime") partiu, o sistema entrou em colapso. Já há consenso de que a grande desregulamentação dos mercados nos EUA permitiu excessos talvez até criminosos dos magos de Wall Street. Os "mestres do universo", tão bem retratados e ironizados por Tom Wolfe no impagável "Fogueira das Vaidades", estão agora pagando o preço, perdendo seus cargos, seus bônus multimilionários, sua aura vitoriosa. E seus bancos. Mas não há alternativa à economia liberal, por pior que ela possa parecer, como profetizou Francis Fukuyama nos anos 1990. E os exemplos estão por toda a parte. A China, por exemplo, avança tanto porque deixa o centralismo econômico e abraça o capitalismo, assim como a Índia, o Brasil, a Irlanda, a África. O capitalismo agora se depura, se aperfeiçoa. A regulação sobre os mercados aumentará, até que novos avanços na engenharia financeira consigam driblá-la em busca do ganho maior, gerando sua próxima crise. Assim caminha a humanidade. Como disseram Marx e Engels no "Manifesto Comunista" de 1848, em menos de um século, o sistema capitalista gerou forças mais colossais do que todas as gerações precedentes combinadas. Ou, parafraseando Churchill, o capitalismo é o pior sistema econômico já inventado, com a exceção de todos os outros que foram tentados até aqui. As alternativas são a Coréia do Norte, Myanmar, Cuba, a Rússia neoczarista, a Venezuela chavista, a Bolívia moralista... Prefiro Nova York. Sérgio Malbergier é editor do caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo. Foi editor do caderno Mundo (2000-2004), correspondente em Londres (1994) e enviado especial a países como Iraque, Israel e Venezuela, entre outros. Dirigiu dois curta-metragens, "A Árvore" (1986) e "Carô no Inferno" (1987). Escreve para a Folha Online às quintas. E-mail: smalberg@uol.com.br --------------------------------------------------------- 22/09/2008 - 04h56 PF não consegue decifrar criptografia dos arquivos de Daniel Dantas da Folha Online Dois meses e meio depois de apreender cinco discos rígidos no apartamento do banqueiro Daniel Dantas, durante a Operação Satiagraha, a Polícia Federal ainda não conseguiu decifrar a criptografia que protege os dados, informa nesta segunda-feira reportagem de Rubens Valente e Mario Cesar Carvalho, publicada pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal). Segundo a reportagem, até a última sexta-feira a polícia não havia conseguido desvendar as senhas. Numa análise inicial, peritos da Polícia Federal disseram que precisariam de um ano para quebrar os códigos. Um dos peritos disse que nunca havia visto um sistema de proteção tão sofisticado no Brasil. O delegado Protógenes Queiroz, que coordenou a Satiagraha, diz que os HDs "guardam segredos da República". Os cinco discos rígidos são unidades externas de memória, e estavam guardados dentro de um armário no apartamento do banqueiro em Ipanema, na zona sul do Rio. O impasse levou os investigadores da PF a estudar uma alternativa jurídica para o rompimento do sigilo. Em conjunto com o juiz federal Fausto De Sanctis, informado há mais de um mês sobre os problemas nos HDs, os policiais discutem a possibilidade de obrigar, por ordem judicial, a empresa norte-americana que criou o software a fornecer as chaves eletrônicas que abrem os arquivos. É também aguardada a chegada de um grupo de peritos da PF de Brasília.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u447378.shtml --------------------------------------------------------------------------------
Resgate financeiro nos EUA custará US$ 700 bilhões 21/9/2008
21/9/2008 Resgate financeiro nos EUA custará US$ 700 bilhões O maior resgate financeiro dos Estados Unidos desde a Grande Depressão dos anos 30 custará US$ 700 bilhões. Esse é o valor que consta no projeto entregue ontem de manhã por representantes do governo George W. Bush a lideranças republicanas e democratas do Congresso. A reportagem é de Leandro Modé e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 21-09-2008. O texto pede a autorização de deputados e senadores para que a Secretaria do Tesouro possa recomprar hipotecas e dívidas podres até esse limite ao longo dos próximos dois anos. O plano também prevê o aumento do limite de endividamento do setor público de US$ 10,6 trilhões para US$ 11,3 trilhões, mas não detalha o que o governo obterá em troca das instituições financeiras. "É um pacote grande porque era um grande problema", disse Bush, depois de se encontrar com o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe. "Vamos trabalhar com o Congresso para finalizar o projeto de lei o mais rapidamente possível." Bush disse, ainda, que seu primeiro instinto foi deixar os mercados continuarem operando livremente em vez de oferecer ajuda governamental. No entanto, o presidente afirmou ter sido aconselhado por especialistas de que seria necessário um maciço auxílio do governo para contornar a crise. A proposta dá ao secretário do Tesouro, Henry Paulson, poder ilimitado para comprar até US$ 700 bilhões de uma ampla gama de papéis lastreados em hipotecas. Embora o plano tenha o limite de prazo de dois anos, o Tesouro poderá ficar com os papéis comprados por quanto tempo achar necessário. Todos os títulos adquiridos por meio do programa devem ser ligados a hipotecas anteriores a 17 de setembro deste ano. O plano também garante a imunidade do Tesouro contra quaisquer ações legais. Além disso, dá a Paulson permissão para contratar instituições financeiras privadas para conduzir o programa, assim como para criar novas entidades que comprariam títulos hipotecários e emitiriam papéis. O Tesouro, o Federal Reserve (Fed, o banco central do país) e o Congresso estão envolvidos desde quinta-feira na negociação de um pacote que combata a atual crise financeira. A quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, segunda-feira, e a intervenção governamental na gigante de seguros AIG, na terça-feira, provocaram nos investidores o temor de uma crise sistêmica nos EUA. O presidente do Fed, Ben Bernanke, reuniu-se na sexta-feira com um grupo de congressistas e disse, a portas fechadas, que a economia americana se aproximava de um "cataclismo" se não agisse rapidamente, segundo o The New York Times. CONTRAPARTIDA Líderes do Congresso, sobretudo do Partido Democrata, sinalizaram apoio ao projeto do governo Bush. Mas querem incluir no plano formas mais diretas de ajuda às pessoas comuns, especialmente aos mutuários com problemas. A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, disse que se compromete com um ação bipartidária. Mas frisou que se deveria fazer algo pelos cidadãos comuns (citando a expressão Main Street, em um trocadilho com Wall Street, que simboliza o mercado financeiro). http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=16820 Quanto realmente valem US$ 700 bi? O PIB anual da Argentina e Chile juntos 21/9/2008 “Um bilhão aqui, outro acolá, e logo você estará falando sobre dinheiro de verdade.” A famosa frase do senador Everett McKinley Dirksen, republicano de Illinois, foi pronunciada há muito tempo (ele morreu em 1969), antes que jogadores de beisebol com mãos pesadas ganhassem milhões de dólares por ano na liga principal, numa época em que US$ 1 bilhão era de fato muito dinheiro. A reportagem é de David Stout e publicada pelo jornal The New York Times e reproduzida pelo jornal O Estado de S. Paulo, 22-09-2008. Mesmo levando em conta a inflação e o contexto dos gastos federais atuais, US$ 700 bilhões é uma soma enorme. Ela representa mais de US$ 2 mil para cada homem, mulher e criança dos Estados Unidos. Colocando de outra forma, US$ 700 bilhões são mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) anual da Argentina e Chile juntos, de acordo com levantamentos atuais. Representam quase 70% do PIB do Canadá. Mas para ficar realmente impressionado com o verdadeiro valor de US$ 700 bilhões, basta olhar para quanto dinheiro o governo dos Estados Unidos gasta em programas sociais e, pior ainda, o quanto ele gastou em guerras ao longo dos anos. A soma é mais ou menos o quanto o Pentágono espera gastar no ano fiscal que termina em 30 de setembro, incluindo os custos das campanhas no Iraque e Afeganistão. A informação é do Centro de Controle e Não-Proliferação de Armas, um grupo de pesquisa de Washington, que citou números do Serviço de Pesquisa do Congresso e dados do Departamento de Administração e Orçamento. O grupo calcula que os Estados Unidos gastaram US$ 670 bilhões (em dólares de 2007) na Guerra do Vietnã, portanto a cifra que circula hoje em Washington seria suficiente para pagar pelo conflito novamente, em dinheiro e em lágrimas. Novamente, calculando em dólares de 2007, US$ 700 bilhões seriam suficientes para pagar mais de 20% do que os Estados Unidos gastaram na Segunda Guerra Mundial, diz o grupo de pesquisa. A soma é quase duas vezes o que o país gastou na Primeira Guerra, e muito mais do que o dobro do que gastou na Guerra da Coréia. Os Estados Unidos gastaram meros US$ 7 bilhões, em dólares de 2007, lutando a guerra hispano-americana em 1898 - quase o mesmo valor que o governo federal gastou este ano no Programa Head Start. Neste ano, o Head Start está ajudando pouco mais de 900 mil crianças de famílias pobres, de acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos. É claro, o Head Start é popular politicamente, e geralmente visto como um dos programas mais benéficos inspirados pelo presidente Lyndon B. Johnson. Já foi comentado que, apesar de a burocracia federal não conseguir angariar somas astronômicas de dinheiro para pagar por cuidados de saúde e outras necessidades, ela parece preparada para fazer o mesmo para aliviar um desastre financeiro, principalmente porque, do contrário, os tremores seriam sentidos muito além dos cânions de Wall Street. E ainda há outra forma de olhar para isso: US$ 700 bilhões são mais de 40 vezes o que a Nasa, a agência espacial norte-americana, gastará neste ano fiscal. Se confiarmos nos Estados Unidos, como faz o presidente Bush, poderíamos esperar que todas as hipotecas problemáticas que o governo vai comprar se transformassem em bons investimentos. Mas voltemos à cifra impressionante de US$ 700 bilhões. Pode-se dizer, em tese, que eles são suficientes para pagar pelo programa Head Start pelos próximos cem anos, assumindo que todo o dinheiro será investido com sensibilidade e de forma conservadora o suficiente para acompanhar a inflação - uma estratégia de investimento aparentemente não muito popular hoje em dia. http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=16844 Paulson quer socorro em mais países 22/9/2008 O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, afirmou ontem que vários países poderão adotar pacotes de emergência ao sistema financeiro semelhantes ao plano de US$ 700 bilhões anunciado pelo governo dos Estados Unidos no sábado. A reportagem é de Patrícia Campos Mello e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 22-09-2008. “Estamos conversando ativamente com outros países ao redor do mundo e os encorajando a adotar medidas semelhantes, o que eu acho que eles farão”, disse Paulson, em uma entrevista na TV. “Odeio ter de fazer isso, mas é melhor do que a alternativa. Este é um momento que traz muita humildade para os EUA.” Segundo ele, diferentemente da idéia original, o pacote vale para todos os bancos com operações significativas nos EUA. “Para os americanos, se uma instituição que faz negócios aqui está asfixiada e não pode desempenhar seu papel, não há preocupação em saber se é (uma companhia) americana ou pertencente a estrangeiros.” Grandes bancos internacionais, como o suíço UBS e o Deutsche Bank, fizeram intenso lobby no fim de semana para serem incluídos no plano de resgate. As declarações de Paulson sobre operações semelhantes em outros países indicam que os EUA não querem arcar sozinhos com a conta da crise. O Congresso deve votar ainda nesta semana o plano, que pede liberdade irrestrita ao Tesouro para comprar dos bancos títulos lastreados em hipotecas e outros papéis desvalorizados e pouco líquidos. Segundo Paulson, essa é a única maneira de lidar com a paralisação dos mercados de crédito. “É importante que todos compreendam a seriedade da situação e enviemos um sinal claro ao mercado de que este plano vai avançar rapidamente”, disse Tony Fratto, porta-voz da Casa Branca. Os democratas exigem que o pacote inclua a recompra de hipotecas inadimplentes e refinanciamento para os mutuários - nos moldes do Home Owners’ Loan Corporation, agência criada durante a Grande Depressão dos anos 30 para refinanciar hipotecas e evitar execuções.http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=16845