Tratado de Itaipu é ato jurídico perfeito até 2023.O tamanho do Brasil, em diversos aspectos, parece que começa a incomodar a muitos dos nossos vizinhos. Maldosamente, insistem em rasgar acordos feitos entre países soberanos e quando as vantagens eram
Opinião22/9/2008 Maldosamente, insistem em rasgar acordos feitos entre países soberanos e quando as vantagens eram boas para os dois lados. Aconteceu com o gás da Bolívia, com a Petrobras, a própria Argentina não ligou para o fornecimento de gás para a usina de Uruguaiana e agora o Paraguai quer assestar o maior de todos os golpes, contra o Tratado de Itaipu. Há pessoas, no Brasil, que dizem que o nosso País bem que poderia ajudar ao mais pobre. Mas a ajuda vem sendo praticada há 35 anos, quando foi assinado o Tratado de Itaipu e, através dele, foi construída a maior hidrelétrica do mundo em geração de energia até hoje. O Paraguai não tinha, como não tem até hoje, condições financeiras e nem tecnológicas para fazer algo parecido. Isso não é acusação, tentativa de humilhação ou coisa que o valha. Defensor de uma revisão nos preços da energia de Itaipu comprada pelo Brasil junto ao Paraguai, o novo presidente paraguaio utilizou termos como "boa vontade" e "diálogo franco" para explicar como pretende convencer o governo brasileiro a aceitar renegociar os preços praticados. O que há de concreto é a vontade do presidente Lula de abrir o debate, segundo Lugo. Os paraguaios acusam o Brasil de pagar US$ 3 por megawatt de energia produzida por Itaipu a qual o Paraguai teria direito e que é revendida para o Brasil. Como pode consumir até 50% do volume gerado, mas sua demanda corresponde a apenas 5% do total, o Paraguai negocia o volume excedente com o nosso País. O governo brasileiro, por sua vez, destaca que o total pago aos paraguaios é de US$ 45 por megawatt. A diferença entre os valores anunciados pelos dois países está relacionada ao pagamento dos juros da dívida contraída para a construção da usina e de royalties, além dos investimentos em manutenção e modernização da hidrelétrica, que reduzem o valor pago diretamente ao governo paraguaio. O acordo tem validade até 2023 e o Brasil não irá renegociar os valores. O país vizinho, no entanto, repete o discurso de que o nosso País precisa rever os preços, uma vez que o cenário dos custos energéticos mundiais mudou desde a assinatura do acordo. O valor pedido por Lugo, US$ 1,5 bilhão, é mais de cinco vezes superior ao total pago nos dias de hoje, de US$ 275 milhões anuais. A usina hidrelétrica de Itaipu entrou em operação no início da década de 1980 e possui potência instalada de 14 mil megawatts (MW). Em 2007, a unidade produziu 90,6 milhões de megawatts-hora (MWh) e correspondeu pelo suprimento de 91% de toda a energia elétrica consumida no Paraguai e 19% da demanda do sistema interligado brasileiro. Mas Lugo não foi só reclamações, pois esteve na Federação das Indústrias de São Paulo, Fiesp, discutindo oportunidades de negócios entre os dois países. Participaram da reunião 20 executivos brasileiros, desde os da indústria alimentícia até da área da construção civil. Paulo Skaf, presidente da Fiesp, afirmou que a reunião foi produtiva, com oportunidades de investimento em setores como a indústria manufatureira e em infra-estrutura. Haverá seminário em Assunção com empresários paraguaios e brasileiros em novembro. Finalmente, a idéia de Lugo é utilizar o dinheiro extra para realizar uma reforma agrária, comprando terras privadas para cerca de 300 mil famílias de camponeses pobres. Enfim, o Tratado de Itaipu é ato jurídico perfeito e até hoje altamente vantajoso para ambos os países. Amizade, amizade, negócios à parte. http://jcrs.uol.com.br/noticias.aspx?pCodigoArea=32