Bolsas na Europa e na Ásia caem com incerteza sobre ajuda financeira nos EUA , nesta 3a.-feira. Há as perdas nos setores financeiro e de commodities. Os investidores aguardam com cautela o do pacote de ajuda a esse setor .

23 Set 2008

24 /09/2008 - 08h00 Atualizado às 8h34 As Bolsas européias operam em baixa nesta terça-feira, com as perdas nos setores financeiro e de commodities. Os investidores aguardam com cautela o detalhamento do pacote de ajuda ao setor financeiro dos EUA, de US$ 700 bilhões; O temor é de que a medida não seja suficiente para evitar um desaquecimento acentuado da economia global. Na Ásia, o dia também foi de perdas. Às 7h42 (em Brasília), a Bolsa de Londres operava em baixa de 2,22%, indo para 5.120,13 pontos; a Bolsa de Paris estava em queda de 1,67%, indo para 4.152,78 pontos; a Bolsa de Frankfurt tinha baixa de 0,72%, caindo para 6.063,77 pontos; a Bolsa de Amsterdã operava em baixa de 2,08%, indo para 367,40 pontos; a Bolsa de Milão tinha baixa de 1,95%, indo para 20.517 pontos; e a Bolsa de Zurique caía 1,36%, para 6.793,67 pontos. Entenda a crise financeira que atinge a economia dos EUA A Bolsa de Seul teve alta de 1,44%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 3,87%; na Austrália, o indicador recuou 1,83%. A Bolsa de Xangai recuou 1,56%. No Brasil, o Ibovespa cedeu 2,86% ontem. Nos EUA, a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) teve queda de 3,27% no índice Dow Jones Industrial Average. Os papéis do banco britânico Barclays caíam 3,7% e os do australiano Macquarie Group caíam 4,5%. Entre as empresas do setor de commodities, as ações da indiana Vedanta Resources e da Rio Tinto caíam mais de 4%, com a queda nos preços das commodities metálicas. Os papéis da da tradicional rede britânica de lojas de roupas Marks & Spencer caíam 3,5%, depois que o Deutsche Bank rebaixou a recomendação dos papéis da empresa. Hoje, o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, deve ser ouvido no Congresso sobre o plano para comprar até US$ 700 bilhões em títulos ligados a hipotecas e outros ativos de risco nas mãos de empresas do setor financeiro. Ontem, o presidente do Comitê de Bancos do Senado, Christopher Dodd, apresentou uma proposta para fazer acréscimos ao pacote: os democratas,segundo Dodd, esperam que o plano inclua medidas como a limitação às remunerações de executivos, uma participação nas empresas que receberem o auxílio e uma ajuda aos mutuários. Além disso, o senador propõe que o programa do Tesouro termine no fim de 2009 --contra a duração de dois anos que o Tesouro propôs-- e a criação de um comitê emergencial para supervisionar as compras de títulos, formado por congressistas indicados pelo Senado e pela Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados). Pela proposta de acréscimos de Dodd, o governo também teria de adquirir uma participação nas empresas auxiliadas, além de uma modificação na regulamentação hipotecária, para permitir que os mutuários com problemas para pagarem suas hipotecas mantenham seus imóveis. "Queremos supervisionar (...) É importante agir com rapidez, mas é mais importante agir com responsabilidade", disse Dodd no programa de TV "The Early Show", da rede de TV CBS. A presidente da Câmara de Representantes (Deputados) dos EUA, Nancy Pelosi, afirmou que "será aprovada rápido" a medida que aprova o governo a gastar US$ 700 bilhões no resgate de títulos podres do setor financeiro americano. "Compreendemos a necessidade de agir tão rápido quanto for possível", disse. O presidente da Comissão de Serviços Financeiros, o democrata Barney Frank, disse que a administração [de George W. Bush] criou essa situação. A atual situação de crise teve início no último dia 15, com a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers. O banco pediu concordata depois de semanas procurando um comprador. O britânico Barclays chegou perto de adquirir o Lehman e o Bank of America foi cogitado como eventual candidato a ficar com a instituição. O KDB (Banco de Desenvolvimento da Coréia do Sul, na sigla em inglês) também chegou a conversar com o Lehman. Todos se afastaram diante das perdas sofridas pelo banco com a crise das hipotecas de risco. Na seqüência, apresentaram problemas o Merrill Lynch, que foi vendido ao Bank of America, e a seguradora AIG, que recebeu ajuda de US$ 85 bilhões do Fed. A alta do petróleo vista ontem também afetou os negócios: mo barril para outubro (cujos contratos expiraram ontem) chegaram a atingir US$ 103, depois de fecharem a US$ 104 na sexta-feira (19), para encerrarem o dia cotados a US$ 120. A variação no dia foi a maior já registrada na história da negociação da commodity na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês). As ações do setor de companhias aéreas tiveram quedas, com o temor do efeito da variação do preço do petróleo sobre os preços dos combustíveis. As ações da British Airways caíram 5,6%. Hoje, o barril para novembro (nova referência) chegou a ter ligeiro recuo, para US$ 107, contra US$ 109 no fechamento de ontem. http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u447816.shtml

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23/9/2008    Reação a plano dos EUA é de ceticismo     O primeiro dia útil após a divulgação dos detalhes do pacote americano para salvar o sistema financeiro foi marcado pelo ceticismo. As bolsas de valores tiveram perdas expressivas por causa da avaliação de que o plano será insuficiente para evitar que os Estados Unidos entrem em recessão. O G-7, grupo que reúne Japão, França, Canadá, Reino Unido, Itália e Alemanha, expressou solidariedade ao governo Bush, mas descartou medidas semelhantes em seus sistemas.

A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 23-09-2008.

O Congresso começou a discutir as medidas, mas parece andar em ritmo mais lento do que gostariam o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e investidores. “É segunda-feira e as pessoas estão acordando depois de uma ressaca gigantesca, tentando entender o que vem a seguir”, disse John Schloegel, vice-presidente da Capital Cities Asset Management. “Há dor à frente para a economia e o consumidor.”

O G-7 não avalizou a proposta de Paulson para que o modelo de resgate americano seja adotado por outros países. “Nos comprometemos a reforçar a cooperação internacional e responder aos atuais desafios na economia e nos mercados globais e a manter uma cooperação estreita e elevada entre os ministérios de finanças, bancos centrais e reguladores”, disse o grupo, em comunicado.

Autoridades locais foram mais diretas. “Neste momento, não creio que o Japão tenha de lançar um programa similar ao dos Estados Unidos”, afirmou o vice-ministro de Finanças japonês, Kazuyuki Sugimoto. O porta-voz do governo alemão, Ulrich Wilhelm, fez coro. “O governo pensa que medidas como as adotadas nos EUA não são necessárias.”

A ministra da Economia da França, Christine Lagarde, observou que “não há preocupação sobre a solidez dos bancos franceses”. O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, também se mostrou contrário à idéia. “Houve uma situação nos EUA na qual, infelizmente, os lucros obtidos nos mercados foram para interesses privados, mas os prejuízos se tornaram perdas do governo”, afirmou. “Não há esse problema no Canadá. Temos sistemas muito mais fortes.”   http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=16862

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23/9/2008   Congresso dos EUA nega cheque em branco a Bush  

Os democratas apresentaram ontem uma versão do pacote de resgate de US$ 700 bilhões do sistema financeiro dos Estados Unidos. Para aprovar o projeto do secretário do Tesouro, Henry Paulson, senadores democratas querem que o governo receba ações dos bancos que venderem seus títulos podres ao Tesouro. Também querem dar aos juízes poderes para modificar os termos dos financiamentos imobiliários inadimplentes para evitar que as pessoas percam suas casas.

A reportagem é de Patrícia Campos Mello e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 23-09-2008.

A proposta foi apresentada pelo senador Christopher Dodd, líder do Comitê Bancário do Senado. Se aprovada, a lei daria ao governo participação acionária nos bancos incluídos no resgate. A proposta democrata ainda prevê limites à compensação dos executivos de bancos beneficiados e maior supervisão do Tesouro sobre o plano.

O projeto de Paulson permite ao Tesouro usar até US$ 700 bilhões para comprar dos bancos os títulos podres - lastreados em hipotecas inadimplentes, pouco líquidos e difíceis de avaliar - e, assim, descongelar o mercado de crédito.

Segundo o congressista Barney Frank, líder do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, a Casa Branca concordou com a proposta de maior supervisão e ajuda aos mutuários. Mas parlamentares conservadores e muitos republicanos devem resistir a várias medidas propostas pelos democratas, o que pode atrasar a aprovação da lei no Congresso.

As instituições se opõem à hipótese de juízes modificarem os termos dos financiamentos das residências de uso próprio e à imposição de limites na remuneração de executivos. A proposta de Dodd também estabelece o dia 31 de dezembro de 2009 como a data-limite para os poderes especiais do Tesouro para comprar os títulos podres. Paulson reivindicava os poderes por dois anos a partir da data que entrasse em vigor a lei.

O governo não esperava tantas modificações na proposta e acredita na aprovação ainda nesta semana. A contra-proposta dos democratas mostra que a aprovação pode não ser tão fácil, apesar de o governo insistir na urgência. Ontem, o presidente George W, Bush pediu aos legisladores que resistam à tentação de adicionar medidas que podem reduzir a eficácia do plano. “O mundo inteiro está assistindo para ver se conseguimos agir rapidamente e evitar danos ao nosso mercado de capitais, nossa empresas, nosso setor imobiliário e previdência.”

Mas os congressistas resistem a dar um cheque em branco ao Tesouro. “O governo Bush quer que o Congresso aprove sua legislação de resgate financeiro sem discussões para melhorá-la. Isso não vai acontecer”, disse Harry Reid, líder democrata no Senado.

Hoje, haverá uma audiência no senado sobre o pacote, com depoimento de Paulson e do presidente do Fed, Ben Bernanke. Amanhã, os dois vão depor em uma audiência na Câmara.

http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=16863