Eu me divirto nas reuniões do FMI, diz Mantega
sexta-feira, 3 de outubro de 2008, 14:35 | OnlineCélia Froufe, da Agência Estado SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, relatou a empresários que participavam de evento na associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo, que desde que começou a crise internacional no ano passado tem se divertido nas reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Chego lá e digo: os países avançados têm que fazer o dever de casa e seguir os emergentes, citando medidas como ajustes nas contas públicas, nas contas externas e acumulo de reservas internacionais. É a vingança dos colonizados, brincou. Veja também:BC reduz compulsório e devolve R$ 23,5 bi à economiaRecurso extra reduz impopularidade de plano, diz economistaCrise afetará neoliberalismo, dizem analistasEspecialistas dão dicas de como agir no meio da criseEntenda o pacote anticrise que passou no Senado dos EUA A cronologia da crise financeira Veja como a crise econômica já afetou o Brasil http://www.estadao.com.br/economia/not_eco252875,0.htmEntenda a crise nos EUA Na avaliação do ministro, entre os emergentes o Brasil é um dos países mais sólidos, ele lembrou, no entanto, que as reservas internacionais da China e da Índia são muito superiores as do Brasil. Somos o primo pobre, comparou. Segundo ele, o reconhecimento da solidez do Brasil não é apenas do próprio governo, mas da imprensa especializada internacional e das agências de rating. Para Mantega, prova da robustez do Brasil é que o crescimento do PIB em quatro trimestres até junho de 2008 estava em 6,1%. E isso já com quase um ano de crise internacional. Estamos crescendo há cinco anos e já deixamos para trás aquele vôo de galinha, considerou. O ministro alertou, no entanto, que não se pode partir do princípio de que o Brasil é invulnerável. Uns países são mais, outros são menos vulneráveis, nós estamos entre os menos, constatou. Para o ministro, o atual momento é o mais agudo da crise, o de maior estresse e por isso é inevitável que o mercado de renda variável seja afetado no mundo todo. No caso brasileiro, a queda da Bolsa foi atribuída por Mantega a dois fatores.O primeiro está relacionado a retirada de recursos para cobrir buracos nas matrizes e o segundo diz respeito ao medo dos investidores que no momento de pânico preferem aplicar seus recursos nos treasuries dos EUA ainda que estes papéis não ofereçam rentabilidade. Muitas vezes esta saída é irracional, o chamado comportamento de manada, e isso acaba agravando a crise, avaliou. Ainda em relação ao Brasil, Mantega detectou que o País está sendo afetado também pela redução de oferta inicial de ações (IPOs, na sigla em inglês). Esta fonte secou, resumiu, acrescentando, no entanto, que não foi verificado até agora um movimento abrupto de saída de capitais do País como já foi visto no passado. Acompanho o fluxo diariamente e o mercado brasileiro não travou completamente, apesar de as ACCs (Adiantamento de Contratos de Crédito) terem diminuído muito, para um terço do que era antes, disse.http://www.estadao.com.br/economia/not_eco252875,0.htm