Dólar opera em queda seguindo cenário internacional; Após ações de governos, Bolsas européias sobem; asiáticas fecham sem direção; e: BCs cortam juros, em ação inédita.
09/10/2008 - 09h57 Em São Paulo O dólar comercial opera em queda nesta quinta-feira, seguindo uma pausa nas preocupações com a crise financeira. Investidores tendem a aguardar reuniões de autoridades mundiais que ocorrerão neste fim de semana. Às 9h50, a moeda americana caía 4,84%, a R$ 2,183 na venda. (Com informações da Reuters) http://economia.uol.com.br/cotacoes/ultnot/2008/10/09/ult1918u1264.jhtm -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
09/10/2008 - 08h14
Após ações de governos, Bolsas européias sobem; asiáticas fecham sem direção da Folha Online As Bolsas européias operam em alta nesta quinta-feira, com a ajuda oferecida ao pelo governo britânico ao sistema financeiro do Reino Unido e os cortes de juros efetuados ontem, em caráter emergencial, por seis dos principais bancos centrais do mundo. O desempenho pouco mais otimista das Bolsas asiáticas hoje também ajudou. As Bolsas asiáticas também tentaram uma recuperação hoje, mas em alguns mercados da região o dia ainda terminou com baixas.Às 7h55 (em Brasília) a Bolsa de Londres estava em alta de 1,39% no índice FTSE 100, indo para 4.427,58 pontos; a Bolsa de Paris subia 2,19% no índice CAC 40, indo para 3.573,48 pontos; a Bolsa de Frankfurt tinha alta de 0,55% no índice DAX, operando com 5.041,44 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha alta de 1,37% no índice AEX General, que estava com 289,56 pontos; a Bolsa de Milão subia 1,60% no índice MIBTel, que ia para 17.062 pontos; e a Bolsa de Zurique, a exceção do dia, estava em baixa de 0,36%, com 6.051,64 pontos no índice Swiss Market.
Os mercados europeus reagiram nesta manhã e há alguma sensação de normalidade voltando, mas os mercados de créditos permanecem congelados, disse à agência de notícias Associated Press (AP) o economista chefe do ECU Group, Neil Mackinnon.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio fechou o dia com perda de 0,5%, aos 9.157,49 pontos --uma recuperação expressiva em relação à perda de 9,38% ontem, a pior queda em 21 anos. A Bolsa de Hong Kong fechou com alta de 3,31%, aos 15.943,20 pontos; em Seul (Coréia do Sul), o mercado subiu 0,64% no final do dia; já na Austrália e na China, as Bolsas recuaram 1,80% e 0,84%, respectivamente. Na Indonésia, a Bolsa ficou fechada após cair 10%, ontem. O crédito ainda não voltou a fluir normalmente, apesar do corte de juros promovido ontem por Federal Reserve (Fed, o BC americano), Banco do Canadá, Banco da Inglaterra (BC britânico), o BCE (Banco Central Europeu), o Sveriges Riksbank (da Suécia) e o SNB (Banco Nacional da Suíça, na sigla em inglês). Essas instituições reduziram suas taxas de juros em 0,5 ponto percentual, na tentativa de facilitar a tomada de empréstimos entre os bancos e de baratear o crédito para pessoas e empresas. Além disso, o governo britânico anunciou ontem um pacote de ajuda de 50 bilhões de libras para evitar que as instituições bancárias do Reino Unido tenham destinos como os do Lehman Brothers e do Washington Mutual, nos EUA. Estamos vendo uma corrida às instituições financeiras britânicas em relação às baixas vistas ontem, mas ainda há uma crise econômica se desenrolando, disse Mackinnon. Ontem, o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, disse que, embora o governo americano esteja trabalhando para tirar o país da crise, uma coisa é preciso reconhecer: mesmo com os novos poderes do Tesouro, algumas instituições financeiras irão quebrar. O secretário disse que o povo americano precisará ter um certo grau de paciência enquanto o governo tenta fazer com que o processo de recuperação da estabilidade nos mercados financeiro o mais efetivo possível. Embora a maioria dos americanos entenda que ciclos econômicos ocorram, estamos passando por desafios extraordinários e difíceis, em casa e no exterior --desafios que deixam claro que o Congresso estava certo em adotar uma ação ágil e ousada, e que não temos tempo a perder para implementar a lei, disse Paulson, em um pronunciamento na TV.Além dos bancos britânicos, também têm desempenho positivo hoje as ações do alemão Hypo Real Estate (+12%), que precisou de uma ajuda de cerca de US$ 68 bilhões do governo para não quebrar. As ações do também alemão Commerzbank subiam 9% e as do Deutsche Bank tinham alta de cerca de 6%. As ações do Dexia também tinham alta, chegando a subir mais de 18%, depois que os governos da França, Bélgica e Luxemburgo garantiram os depósitos e empréstimos da instituição.
Segundo analistas, no entanto, não se poderá dizer que a crise tenha terminado até que os bancos retomem o ritmo normal de empréstimos, tanto entre si como para clientes e empresas. Ainda há tanta incerteza sobre o que vai acontecer a seguir e tanta confiança de que as taxas de juros interbancários irão cair que, até que possamos ver algum progresso, a normalidade parece estar distante, disse o analista Matt Buckland, da CMC Markets, à AP.http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u454151.shtml
Quinta-Feira, 09 de Outubro de 2008 | Versão Impressa
BCs cortam juros, em ação inédita Atuação coordenada foi liderada pelo Fed e BCE Patrícia Campos Mello Agindo de forma coordenada pela primeira vez na história, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central Europeu (BCE) e outros oito bancos centrais reduziram as taxas de juros ontem, na tentativa de conter a turbulência financeira que tomou conta de mercados ao redor do mundo. O Fed, o BCE e os bancos centrais da Grã-Bretanha, Canadá, Suécia, Suíça e Emirados Árabes anunciaram cortes de meio ponto porcentual nas taxas básicas de juros. Posteriormente, os bancos centrais da China, Hong Kong e Austrália se juntaram ao esforço, anunciando reduções em suas taxas. A última vez que algo semelhante aconteceu foi após os ataques de 11 de setembro, qndo o Fed e o BCE reduziram taxas de juros. Mas os mercados não se impressionaram com a demonstração de força dos bancos centrais e tiveram um dia volátil. A Bbolsa de Londres fechou em baixa de 5,18%, a de Frankfurt caiu 5,88% e o índice Dow Jones recuou 2%, na medida em que os investidores duvidavam que os cortes de juros ajudarão a evitar uma recessão mundial. O Fed anunciou o corte antes de sua reunião oficial, marcada para 28 e 29 deste mês. A taxa americana caiu para 1,5%, mas analistas não afastam a possibilidade de o Fed voltar a reduzir os juros no fim do mês, caso os bancos continuem relutando em emprestar dinheiro, mantendo o mercado de crédito paralisado. O BCE reduziu os juros de 4,25% para 3,75% e também pode voltar a cortar a taxa em sua reunião de 6 de novembro. O corte de juros do Banco da Inglaterra, que reduziu a taxa para 4,5%, veio um dia antes da reunião oficial do banco. O secretário do Tesouro, Henry Paulson, exortou os governos do mundo a continuarem atuando juntos para aumentar a liquidez e fortalecer as instituições financeiras. Os governos precisam continuar trabalhando de forma individual e conjunta para fornecer a liquidez tão necessária, fortalecer as instituições financeiras com injeções de capital e compra de ativos problemáticos, evitar abusos no mercado e proteger a poupança de nossos cidadãos, disse Paulson. Ele se mostrou otimista em relação à eficácia dos cortes de juros anunciados ontem. O corte coordenado é um sinal bem-vindo de que os bancos centrais ao redor do mundo estão preparados para adotar as medidas necessárias para apoiar a economia mundial nesta época difícil. Paulson pediu um encontro dos ministros do G-20 neste fim de semana para discutir uma reação coordenada à crise. O BCE vinha resistindo a ações coordenadas, porque achava que a crise de crédito estava essencialmente localizada nos EUA, por causa das hipotecas subprimes. Mas a crise bancária que tomou conta da Europa nos últimos dias mudou o rumo do BCE. Indicadores econômicos apontam que a atividade econômica desacelerou de forma significativa nos últimos meses, dizia o comunicado do Fed de ontem de manhã. Além disso, a intensificação da turbulência financeira deve pressionar mais o consumo, ao reduzir a habilidade de consumidores e empresas de obterem empréstimos. Desde que a crise de crédito começou, em agosto de 2007, os bancos centrais haviam feito políticas conjuntas de injeção de liquidez, mas não haviam cortado juros de forma coordenada. Os ministros das Finanças de Washington se encontram neste fim de semana em Washington e podem discutir opções para lidar com a piora da crise. O objetivo da redução dos juros é evitar os efeitos da crise de crédito, estimulando o consumo e incentivando bancos a voltarem a emprestar a consumidores e empresas. Mas a reação inicial do mercado demonstrou que nem essa inédita redução coordenada dos juros será a panacéia para a crise. A taxa Libor de empréstimos interbancários continuou subindo e a remuneração dos títulos do Tesouro de curto prazo, caindo. Segundo Paulson, o Tesouro está trabalhando de forma acelerada para implementar o pacote aprovado na semana passada. Mas pediu paciência, e disse que a turbulência não vai acabar rapidamente. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081009/not_imp256482,0.php