Governo corta do Orçamento R$ 14 bi em investimentos Ministério das Cidades teve a maior redução
Apesar do discurso de que fará uma política anticíclica para reverter o impacto da crise na economia, o governo promoveu corte de gastos nas despesas que mais poderiam ajudar a atividade econômica: os investimentos. Foram cortados R$ 14,3 bilhões nessa rubrica no Orçamento de 2009.Um dos principais atores na execução do pacote habitacional do governo, o ministério das Cidades, que opera na área de saneamento e habitação, teve o maior corte de investimentos em termos nominais: R$ 3,2 bilhões. Outro grande contingenciamento, de R$ 1,7 bilhão, ocorreu nos investimentos previstos para o ministério da Integração Nacional.Apesar dos cortes em investimentos, o discurso do governo é de que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estão preservadas. No total, a redução de despesas prevista no Orçamento foi de R$ 24,9 bilhões, mais do que os R$ 21,7 bilhões anunciados há duas semanas.A diferença se deve a uma "reserva técnica" de R$ 3,7 bilhões criada pelo governo e que, segundo o Ministério do Planejamento, não é contingenciamento, embora implique menos recursos imediatamente disponíveis para os ministérios.O corte nas despesas de custeio da máquina pública, aqueles gastos correntes que têm menor efeito multiplicador na economia, foi da ordem de R$ 10 bilhões, de acordo com os números do Planejamento.Vale lembrar, no entanto, que são contabilizados como custeio despesas importantes como as transferências do Bolsa Família, cujo impacto econômico é relevante, pois se torna consumo da população de baixa renda.Mesmo assim, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que opera o Bolsa Família, não foi poupado dos cortes e os recursos disponíveis para a pasta caíram de R$ 13,9 bilhões para R$ 13,4 bilhões. No Ministério da Defesa, o corte no orçamento de custeio foi de R$ 1,4 bilhão e no Ministério da Justiça, de R$ 813 milhões.