Petrobras e Vale seguram Bovespa em leve alta

Fonte Valor Online
10 Jun 2009
Depois de um breve passeio pelo território negativo, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) volta a oscilar em alta. Apoiado nas ações da Petrobras e da Vale, por volta das 12h50 o Ibovespa apontava alta de 0,34%, aos 53.335 pontos, com giro financeiro em R$ 2,45 bilhões.O diretor de renda variável da FinaBank Corretora, Edson Marcellino, ressalta que o comportamento do mercado brasileiro está atrelado ao sinal proveniente de Wall Street, onde o Dow Jones ensaia recuperação, reduzindo as perdas a 0,15%.Voltando para o lado doméstico, Marcellino aponta que o feriado de amanhã, que manterá as praças de negociação fechadas por aqui, soma instabilidade ao pregão e reduz a disposição dos agentes de ficarem posicionados. Ainda mais com dados relevantes na agenda externa, como vendas no varejo americano e indicadores sobre a economia chinesa.Ampliando o foco da análise, o especialista lembra que grande parte da puxada de alta dos últimos três meses foi apoiada na entrada de recursos externos, mas que agora o mercado chegou em um patamar que precisa de dados novos para estimular uma segunda rodada de investimento estrangeiro.Dados da própria Bovespa mostram que o saldo de negociação direta do não-residente estava negativo em R$ 218 milhões no acumulado do mês até o dia 5. Para efeito de comparação, em igual período de maio, o saldo estrangeiro já passava de R$ 3 bilhões.Segundo o Marcellino, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre foi uma boa notícia, mas uma certeza quanto a uma recessão branda só se confirmará com a divulgação dos dados do segundo trimestre.Um ponto que ainda dá sustentação às compras é a expectativa de redução na taxa de juros. Para o diretor, o efeito psicológico de Selic de um dígito é grande. O consenso sugere redução da taxa básica em 0,75 ponto, para 9,5% ao ano, na reunião de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom).Marcellino afirma que os esforços devem se voltar, agora, para a promoção de uma queda de juros ao tomador final, o que ainda não aconteceu e é condição necessária ao estímulo do investimento e do consumo. Segundo o especialista, esse problema poderia ser atacado via redução de IOF e compulsórios.No lado corporativo, a valorização no preço das commodities dá sustentação aos carros-chefe e ao Ibovespa. Petrobras PN ganhava 0,95%, para R$ 33,83. Liderando o volume negociado, o papel PNA da Vale subia 0,54%, para R$ 33,26. A mineradora concluiu a negociação do reajuste do preço de referência do minério de ferro e pelotas para 2009 com as siderúrgicas asiáticas. O preço de referência para o minério de ferro fino foi reduzido em 28,2% e o granulado, em 44,47%, em relação ao de 2008.Entre as siderúrgicas, Usiminas PN subia 0,41%, a R$ 41,07, mas Gerdau PN devolvia 0,64%, para R$ 21,42. No segmento financeiro, os bancos ensaiam recuperação. Banco do Brasil ON tinha acréscimo de 0,45%, a R$ 21,95, e Bradesco PN ganhava 0,23%, a R$ 29,80.Acentuando os ganhos de ontem, Redecard ON avançava 3,47%, para R$ 30,86. Apesar da alta no preço do petróleo, TAM PN subia 3,37%, a R$ 19,90.Na ponta vendedora, JBS ON tinha queda de 2,11%, a R$ 7,40, Vivo PN perdia 2,03%, a R$ 38,45, e VCP PN apontava baixa de 1,71%, a R$ 22,31.No câmbio, o dólar reverteu as perdas da manhã contra o real. A virada de mão dos agentes segue o sinal externo, onde a moeda americana voltou a ganhar contra o euro. Há pouco, o dólar comercial apontava alta de 0,51%, a R$ 1,947, depois de cair a R$ 1,924 na mínima.